sexta-feira, 13 de junho de 2008

Feira do Livro — Livros do dia

Sexta-feira, 13 de Junho de 2008

Pavilhão 34
Os Cantos
Ezra Pound
P.V.P.: 45 €
Preço de Feira: 27 €









«José Lino Grünewald (Rio de Janeiro, 1931-2000), poeta, ensaísta, crítico literário e de cinema, juntou-se ao grupo Noigandres de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari em 1956. Este grupo, activo desde 1952, intervinha sobretudo através da publicação da revista-livro com o mesmo título, da qual sairão 5 números até 1962, e no seu seio nascerá o movimento renovador da poesia brasileira, o Concretismo. Herdeiros do Dadaísmo, de Apollinaire e Mallarmé, e recuperadores dos primeiros poetas modernistas brasileiros, os concretistas propunham: a abolição do verso; eliminação ou rarefacção dos laços da sintaxe lógico-discursiva; o poema como objecto em si mesmo, autónomo face a referentes externos; a conexão directa entre as palavras, principalmente por associações fonéticas e gráficas, mas também por associações de significado, e enfoque no carácter ideogramático do poema através da exposição deliberada da sua estrutura — aquilo que denominavam como a apresentação “verbivocovisual” do poema, isto é, a organização do texto segundo os critérios relacionais gráficos e fonéticos das palavras; a auto-referencialidade, ou seja, o tema do poema é a própria estrutura formal do poema e das palavras que o compõem.
[…]
A tradução [de Os Cantos, de Ezra Pound] proposta por José Lino Grünewald que agora se publica deve também ser entendida no contexto do concretismo brasileiro, nomeadamente no que diz respeito às teses sobre o acto de traduzir — ou “transcriar”, como o denominavam — defendidas por Haroldo de Campos no ensaio de 1962 Da Tradução como Criação e como Crítica
Mariana Pinto dos Santos


Pavilhão 21
Poesia, 1902-1917;
Poesia, 1918-1930;
Poesia, 1931-1935 e não datada
(três volumes)
Fernando Pessoa
P.V.P.: 104 €
Preço de Feira: 60 € /
20 € cada volume




«L’INCONNUE
Não: toda a palavra é a mais. Sossega!
Deixa, da tua voz, só o silêncio anterior!
Como um mar vago a uma praia deserta, chega
Ao meu coração a dor.
Que dor? Não sei. Quem sabe saber o que sente?
Nem um gesto. Sobreviva apenas ao que tem que morrer
O luar, e a hora, e o vago perfume indolente
E as palavras por dizer.»

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