terça-feira, 10 de junho de 2008

Feira do Livro — Livros do dia

Terça-feira, 10 de Junho de 2008

Pavilhão 34
Erzsébet Báthory, A Condessa Sanguinária
Valentine Penrose
P.V.P.: 18 €
Preço de Feira: 11 €











Esta é a história de uma Condessa que se banhava no sangue de jovens raparigas. Uma história verdadeira, ainda inédita no nosso país. Os documentos que a provam foram muito difíceis de obter, pois tudo aconteceu há mais de trezentos anos numa Hungria em estado ainda primitivo. Os elementos mais relevantes do processo foram passando ao longo do tempo por vários Arquivos. Mas o que terá acontecido em 1956 aos Arquivos da Hungria que se encontravam no castelo de Budapeste? Nos tempos actuais não é possível ver o retrato, escurecido pela passagem dos séculos, que eternizou o olhar severo da muito bela Erzsébet Báthory. O castelo de Csejthe está em ruínas desde há duzentos anos, lá no alto dos esporões espetados dos Pequenos Cárpatos, perto da Eslováquia. Quanto a vampiros e fantasmas, esses, nunca deixaram de habitá-lo, bem como certo pote de barro, a um canto numa das caves, usado para verter o sangue sobre os ombros da Condessa.
O fantasma do Monstro de Csejthe, a Condessa Sanguinária, uiva ainda lancinantemente durante a noite nessa salas cujas janelas e portas foram muradas e assim ficaram para todo o sempre.
Que ela terá sido um Gilles de Rais no feminino, tudo o indica; até o próprio processo, do qual, por respeito ao seu nome, ilustre desde os primórdios da Hungria, e aos serviços prestados pela sua família aos Habsburgos, muita coisa foi suprimida. De resto, nem sequer se julgou conveniente interrogar a própria acusada.


Pavilhão 21
La Légende de St. Julien L'hospitalier
Amadeo de Souza-Cardoso e Gustave Flaubert
P.V.P.: 70 €
Preço de Feira: 40 €








Em Abril de 1877, Gustave Flaubert publicou um pequeno volume intitulado Trois Contes, em rigor, a sua última obra acabada. O segundo conto chama-se «La Légende de Saint Julien L’hospitalier». Os outros são «Un coeur simple» e «Hérodias». A ordem dos contos não é cronológica no que se refere à sua redacção. «La Légende» foi o primeiro, e o único, a ser escrito numa celeridade inabitual, entre o final de 1875 e o início de 1876. É provável que isso se deva à familiaridade longuíssima e intensa que ele teve com a história do santo. Primeiro, sob a forma dos vitrais do século XIII da catedral de Rouen que ele conhece desde a infância, e depois pela leitura de todas as versões hagiográficas disponíveis, em particular, La Légende dorée de Jacques de Voragine, bem como de estudos históricos relativos à Idade Média, à caça, aos animais e às armas, à guerra, às lendas e aos elementos maravilhosos e mágicos.
Amadeo de Souza-Cardoso copiou a pincel e ilustrou La Légende de Saint Julien L’hospitalier, na versão original, durante a sua estadia na Bretanha no Verão de 1912 (muito provavelmente concluído em Paris), ano de uma fertilidade imensa para o pintor. Trata-se de um «exemplar único-original», o que Amadeo faz questão de sublinhar na última página do pequeno álbum 12 Reproductions, publicado por ocasião das suas exposições de 1916 no Porto e em Lisboa, onde essa referência à obra figura ao lado do anúncio dos últimos exemplares disponíveis dos XX Dessins.

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