quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lançamento do «Guia de Aves»

(clique na imagem para a aumentar)


A Assírio & Alvim e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves têm o prazer de o/a convidar para o lançamento do Guia de Aves, que se realizará no próximo dia 6 de outubro, pelas 20h30, no Salão Paroquial de Sagres (Igreja de Sagres), na Rua do Mercado, por ocasião do III Festival de Observação de Aves de Sagres.

A apresentação estará a cargo de Clara Ferreira, Presidente da SPEA. 

Após o lançamento decorrerá um jantar — poderá inscrever-se enviando um e-mail para Joana Domingues (joana.domingues@spea.pt). Para mais informações contacte a SPEA (213 220 430).


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Novo site da Assírio & Alvim já disponível



Ficou hoje disponível ao público o novo site da Assírio & Alvim, em www.assirio.pt.

No novo site, os leitores poderão inteirar-se das últimas novidades, consultar as notícias sobre a Assírio & Alvim, conhecer melhor os seus autores favoritos e adquirir comodamente os livros da editora. Para que a poesia possa preencher um pouco do quotidiano, os visitantes poderão ainda consultar um poemário online, onde todos os dias será publicado um novo poema.

Parte integrante do Grupo Porto Editora desde 2012, a Assírio & Alvim continuará a contribuir para a disponibilização de um património literário riquíssimo, começando a publicar já este ano uma parte substancial da obra de Almeida Faria e dando início à coleção Obras de Eugénio de Andrade.

O catálogo da Assírio & Alvim, já com mais de mil títulos publicados, é eclético e reúne autores e obras de referência, da ficção ao ensaio, da literatura infantil às artes plásticas, da música à natureza, primando sempre pela qualidade das suas edições. É a editora de muitos dos maiores nomes da literatura nacional, e a qualidade dos seus livros tem vindo a ser reconhecida através dos inúmeros prémios atribuídos aos seus autores e às suas traduções.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Manuel Hermínio Monteiro — 10/09/1952 § 03/06/2001


Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos ficaram, que ela se instalou no seu coração. E começaram a ver o mundo conjuntamente estabelecendo uma inseparável relação que perdurará para sempre. Não demorou muito a que a poesia se emancipasse, autonomizando-se. Como uma rosa de cujas pétalas centrípetas emana a beleza e o mais intenso perfume, sem nunca prescindir da defesa vigilante dos seus espinhos, assim cresceu livre a poesia carregada de silencioso mistério e sedução.
Evitou sempre a vaidade. Mas o vento da história, inapercebidamente, por vezes, demorou-se nela libertando o seu perfume, soltando os seus enigmas, fazendo-a avançar com todo o esplendor. E nada existe que a poesia não tenha experimentado, desde o mais recôndito silêncio do deserto, ao fragor das batalhas mais sangrentas. Da mais humilde das intimidades, ao luxo sinuoso do palácio. Com o tempo, e já depois da comunhão primordial, era o homem, por necessidade de uma comunicação maior, que a procurava e lhe abria o coração, até que ela, muito discretamente, voltava a estremecer no seu sangue.
Poesia e homem criaram assim uma cúmplice e indissociável relação por todo o mundo, embora a História pouco se tenha disso apercebido. Hoje sabemos que haverá sempre seres humanos que a reconhecem pela substância do seu silêncio. Pelo tempo e lugar do seu rigor de ave de arribação. Pelo seu fulgor. Pelo seu perfume. Pela riqueza inesperada das suas sugestões. Com um pequeno gesto os poetas soltam o seu pólen que, levado pelas palavras vai eternamente fecundando os arcos da beleza que erguem o universo e o põem em comunicação com Deus.

Manuel Hermínio Monteiro na sua introdução ao livro «Rosa do Mundo — 2001 Poemas para o Futuro». 


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Camilo Pessanha § 07/09/1867 — 01/03/1926


AO LONGE OS BARCOS DE FLORES

Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, gracil, na escuridão tranquila,
— Perdida voz que de entre as mais se exila,
— Festões de som dissimulando a hora.

Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora…
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, gracil, na escuridão tranquila.

E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta débil… Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?

Só, incessante, um som de flauta chora…

Camilo Pessanha in «Clepsydra» (posfácio e fixação do texto de António Barahona)