«E enroscou-se de novo na cama da dona, pequena dona, viva, que não substituía a outra, a dona morta, que ela sabia morta, como só os gatos adivinham e vaticinam as tristes verdades.
[...]
Só Brunilde, muito reflectiva depois dos casos de força maior da morte, pressentida, da sua dona morta, e do cio, contagioso e de mau presságio, dos seus bons jovens donos, aceitava que talvez a morte da vida, toda a vida, fosse o princípio do fim da crueldade de matar para comer e matar para gozar poder comer.
[...]
Gata agoirenta, até à vista. Vais dentro de um caixotinho que só lhe falta ser acolchoado de cetim. Até breve Nini.
Era o nominho que lhe dava a dona morta.»
Maria Velho da Costa, Myra, pp. 171, 172, 188
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