SETEMBRO
Repentina trovoada de Setembro
e depois chuvas exaustas;
ainda na praia a corrida
juvenil das ondas;
o abandono dos medronhos caídos
e um súbito olhar grave dum filho de dois anos;
vinhas que sangram,
uvas caminhando para o seu fim;
algumas folhas que descem
e as árvores, como as flores, esperando
a partida silenciosa dos insectos
e o sopro de uma breve chegada.
António Osório, A Luz Fraterna, Assírio & Alvim, 2009, pp. 29-30.
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