Um novo livro de Paul Bowles, Por Cima do Mundo, e a reedição d'O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar, de Yukio Mishima, são as novidades da Assírio & Alvim, disponíveis nas livrarias a partir do dia 24:
Por Cima do Mundo Paul Bowles
Tradução: David Antunes e Sara E. Eckerson
Edição brochada (240 pp)
Classificação: Romance
Colecção: O Imaginário
15 €
No terraço de um apartamento sofisticado sobre uma colina com vista para uma capital da América Central, quatro pessoas conversam amigavelmente. Os Slade, um casal de turistas americanos, são recebidos por um homem novo, de grande charme e beleza, que acabam de conhecer, e pela sua amante. Ali sentados, com bebidas na mão e a observar um pôr do sol invulgarmente belo, os Slade parecem estar a viver um daqueles momentos afortunados que povoam a imaginação de todos os viajantes. Mas entre a boa educação e a conversa trivial, um comentário revela-se profético — o anfitrião diz para a mulher americana: «— Não é bem o que você pensa.»
Neste romance Paul Bowles conduz-nos, com inigualável mestria, a um tortuoso labirinto de relações humanas situado por baixo de uma superfície de hospitalidade e luxo, até à constatação de que aquilo que, a princípio, parece ser um mero encontro casual, está na realidade enraizado no vício e no horror.
O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar
Yukio Mishima
Tradução: Carlos Leite
Edição brochada (184 pp)
Classificação: Novela
Colecção: O Imaginário
11 €
O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar é uma das mais breves e belas novelas da obra de Mishima. Há quem veja na sua trama uma representação simbólica da sociedade japonesa do pós-guerra conforme a radical visão do autor. Bem mais do que isso, é uma novela de rara beleza, erotismo, imprevisibilidade e de um radicalismo brutal. Noboru deslumbrou-se com a relação poética e erótica de sua mãe com o fascinante Ryuji, o marinheiro que carrega a grandeza, a glória, o brilho do mar e aquele boné com «a âncora ao centro do grande emblema em forma de lágrima [...] reflectindo o sol da tarde». Mas esta apaixonante relação sofrerá uma inesperada mudança. No exterior há um grupo organizado segundo um Chefe, com elementos precocemente militarizados. Rapidamente absorvem o confuso Noboru nos severos princípios da tradição japonesa. Não tarda que o marinheiro seja julgado por ter traído os valores fundamentais de idealismo, de beleza e de glória. Segundo os códigos do grupo, as contemplações são proibidas e qualquer cedência significaria a sobreposição do caos à ordem, como avisa o Chefe, ou, conforme diz, mais eufemisticamente, o último parágrafo do livro: «a glória, como vós sabeis, é uma coisa amarga».
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
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