segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Blaise Cendrars













Blaise Cendrars

[01-09-1887-1961]



«Senhor, quando Vós morrestes, o pano fendeu-se,
O que estava por detrás, ninguém o disse.

Na noite a rua é como se fosse uma ferida,
Cheia de ouro e sangue, de fogo e lixo.

Os que Vós expulsastes do templo a chicote,
Agridem os transeuntes com um punhado de patifarias.

A Estrela que desapareceu então do Tabernáculo,
Arde pelas paredes na luz crua dos espectáculos.

Senhor, o Banco iluminado é como um cofre forte,
Onde foi coagulado o Sangue da vossa morte.»

Blaise Cendrars, excerto do poema «Senhor, hoje é o dia do vosso Nome» (in Folhas de Viagem)

Sem comentários: