O CÍRCULO
Caminho em volta desta duna de cal, ou dum sonho mais parecido com ela do que a areia, só para saber se a áspera exortação da terra, o seu revérbero imóvel na brancura, pode reacender-me os olhos quase mortos.
O que eu tenho andado sobre este círculo incessante; e ao centro o pólo magnético ainda por achar, a estrela provavelmente extinta há muito, possivelmente imaginada, conduz-me sem descanso, prende-me como um íman ao seu rigor já cego.
2 comentários:
maravilhoso!
um grande abraço
jorge vicente
Carlos de oliveira é para além de um dos maiores da língua portuguesa, um dos meus escritores de sempre.
É sempre bom saborear-lhe a admirável escrita.
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