Foto de Luísa Ferreira, 1996. |
LIVRO ANTIGO
violetas secas entre páginas de um livro
onde em tempos anunciaram o amargor da noite
e a humidade tremenda das insónias
o mar
o mar ao longe
debruça-se então para o interior do livro
lê qualquer coisa sobre o coração dos líquenes
ou deambula de sílaba em sílaba onde
os dedos se mancham de tinta e no cérebro
ergue-se uma planta de cinza noite adiante
fechou o livro ao amanhecer
era como se tivesse envelhecido séculos
com as violetas
fecha a persiana e adormece
Al Berto, O Medo.
2 comentários:
Eterno.
saudade
Enviar um comentário