domingo, 8 de fevereiro de 2009

Mia Couto e Jorge Calado escrevem sobre Bichos

«O retrato não é um objecto mas uma troca silenciosa de afectos, falas de sombras, de cores e luzes. Todos estes bichos só se tornam visíveis porque eles autorizaram que os inventássemos, redesenhados numa outra natureza. Não olhamos: trocamo-nos, almas acendidas, visíveis pelo mágico toque de um construtor de beleza.»
Mia Couto, «Os bichos que não vemos», in Cruz-Filipe, Bichos, p. V

«Há quem encare a fotografia como uma janela (para observar o mundo) ou como um espelho (para se conhecer a si próprio). A câmara funciona como uma sonda de exploração, quer da realidade exterior, quer dos sentimentos interiores. E se é verdade que uma fotografia representa um instante congelado (morto), ela pode também conter a eternidade.»
Jorge Calado, «O olho do elefante», in Cruz-Filipe, Bichos, p. IX

Sem comentários: