sábado, 31 de outubro de 2009

Acaba hoje...



Aproveite a tarde radiosa e visite-nos. Esperamos por si até às 19h00.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Então a Voz


Então a voz passou por cima
do oceano
e era um som de vagas

o mesmo som ouvido nos verões
quando a luz sobre a pele
se transformava em água

Gastão Cruz, Os Poemas [1960-2006] - já disponível nas livrarias

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Zeca Afonso, por Viriato Teles

Já está nas livrarias uma nova edição, revista e actualizada, da obra de Viriato Teles sobre Zeca Afonso, agora com o título As Voltas de Um Andarilho - Fragmentos da vida e obra de José Afonso. O prefácio é de Sérgio Godinho.
«Mais de duas décadas já se passaram sobre o desaparecimento físico de José Afonso, e no entanto parece que foi ontem. Apesar disso, desde essa triste madrugada de Fevereiro de 1987, o mundo mudou como nenhum de nós podia então imaginar que mudasse. Desde o fim da União Soviética — que, nessa altura, quase todos nós ainda acreditávamos ser eterna ou, pelo menos, muito duradoura — até à unipolarização dos dias de hoje e à consequente submissão do mundo à vontade imperial da superpotência sobejante, tudo se tornou bem diferente do que poderia supor-se vinte anos atrás.
[…]
O mundo mudou imenso, de facto, nestes vinte anos. Mas não tanto que tenha feito com que as canções de José Afonso ficassem fora de moda ou se tornassem meros documentos de um tempo passado.»
Viriato Teles
«A música é comprometida quando o músico, como cidadão, é um homem comprometido. Não é o produto saído do cantor que define esse compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolvem com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta.»
José Afonso
«O Zeca era um génio. Não gosto de empregar esta palavra levianamente, no sentido norte-ou-sul-americano do termo. Somos todos geniais. Pois. Mas o Zeca era mesmo genial. E muito queria que isto não fosse um consenso, mas um dado adquirido. A diferença é subtil, mas fundamental. Porque o livro do Viriato dá a conhecer muito melhor o Zeca, e mais: dá vontade de ouvi-lo e gozá-lo e perceber como é que ele foi capaz de unir tantas referências numa obra criativa única. Um dado progressivamente adquirido, como eu gostaria que fosse a vida. Por breve que se progrida, por curta que para nós, felizes nós, tenha sido a vida dele.»
Sérgio Godinho
Mais informações aqui.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Caminho dos Pisões, de M. S. Lourenço


Na próxima quarta-feira, dia 28 de Outubro às 18h30, na sala 5.2 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, será lançada a obra O Caminho dos Pisões, de M. S. Lourenço, com a participação de Fernando Martinho, Miguel Tamen e João Dionísio.

Paralelamente, encontra-se aberta ao público, na Biblioteca Nacional, a exposição «O Sopro sopra onde quer», mostra bibliográfica de M.S. Lourenço. Esta exposição bibliográfico-documental pretende homenagear o escritor e tradutor, professor de Lógica e Filosofia da Matemática M. S. Lourenço, falecido no dia 1 de Agosto de 2009. A frase do título, o Sopro sopra onde quer, foi retirada do Evangelho segundo S. João (3, 8) e aparece citada sob a forma de mote por M. S. Lourenço ao longo do seu percurso intelectual. Centrando-se no início deste percurso, a exposição desenvolve-se sob o signo desta alusão bíblica sobretudo em dois sentidos.


Boa parte da criação literária de M. S. Lourenço entre 1956 e a primeira parte da década seguinte tem um cunho muito forte de meditação católica, reforçado pela experiência da Guerra Colonial. Numa carta incluída na presente mostra, escreve o autor: “só quero o Sopro por cima da minha cabeça rapada. Por isso o Negage e Nambuangongo são para mim iguais a Nova York ou Cuba”. Noutro sentido, o período abrangido pela exposição acha-se marcado pela constituição do seu pseudónimo Arquiduque Alexis Von Gribskoff, um aristocrata cujo brasão expõe precisamente o lema “Spiritus ubi vult spirat”.

A presente mostra cobre aproximadamente 10 anos, desde as primeiras experiências literárias de M. S. Lourenço e da colaboração no jornal Encontro até à saída de Portugal em 1965, para estudar Filosofia da Matemática em Oxford sob a orientação de Michael Dummett. A contextualização que se oferece das primeiras obras que assinou circunstancia a singularidade da sua criação intelectual.

E amanhã, dia 27 Out., pelas 18h00, não perca a oportunidade de fazer uma visita guiada pelos organizadores João Dionísio e Nuno Jerónimo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Adília Lopes na Assírio & Alvim


Acaba de chegar às livrarias Dobra - Poesia reunida, de Adília Lopes, ocasião para recordar um dos seus dois poemas («de entre os 7200 que 918 autores nos enviaram») publicados, em 1984, no primeiro Anuário de Poesia - Autores não publicados, iniciativa da Assírio & Alvim que visava «criar um espaço editorial reservado aos poetas não conhecidos.»:
A CORRESPONDÊNCIA BIUNÍVOCA
A princesa tem um anel em cada dedo
tem um dedo em cada anel
tem mil anéis.
A princesa tem um sapato em cada pé
tem um pé em cada sapato
tem mil sapatos.
A princesa tem um chapéu em cada cabeça
tem uma cabeça em cada chapéu
tem mil chapéus.
A princesa tem apenas o estritamente necessário.
Espera a princesa o seu primeiro e milésimo filho?
Anuário de Poesia - Autores não publicados, 1984, p. 14.
Dobra - Poesia reunida, 2009, p. 65.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um inédito de Dennis McShade [Dinis Machado]

Nas livrarias a partir de 5 de Novembro.

Hoje é o primeiro dia...




quarta-feira, 21 de outubro de 2009

«A Luz Fraterna» na Fundação Eugénio de Andrade, no Porto

(clique na imagem para a aumentar)

o Sopro sopra onde quer

«o Sopro sopra onde quer
M. S. Lourenço (1936-2009)
MOSTRA BIBLIOGRÁFICA - 12 a 31 Outubro - Sala de Referência / Biblioteca Nacional - Entrada livre

Esta exposição bibliográfico-documental pretende homenagear o escritor e tradutor, professor de Lógica e Filosofia da Matemática M. S. Lourenço, falecido no dia 1 de Agosto de 2009. A frase do título, o Sopro sopra onde quer, foi retirada do Evangelho segundo S. João (3, 8) e aparece citada sob a forma de mote por M. S. Lourenço ao longo do seu percurso intelectual. Centrando-se no início deste percurso, a exposição desenvolve-se sob o signo desta alusão bíblica sobretudo em dois sentidos.

Boa parte da criação literária de M. S. Lourenço entre 1956 e a primeira parte da década seguinte tem um cunho muito forte de meditação católica, reforçado pela experiência da Guerra Colonial. Numa carta incluída na presente mostra, escreve o autor: “só quero o Sopro por cima da minha cabeça rapada. Por isso o Negage e Nambuangongo são para mim iguais a Nova York ou Cuba”. Noutro sentido, o período abrangido pela exposição acha-se marcado pela constituição do seu pseudónimo Arquiduque Alexis Von Gribskoff, um aristocrata cujo brasão expõe precisamente o lema “Spiritus ubi vult spirat”.

A presente mostra cobre aproximadamente 10 anos, desde as primeiras experiências literárias de M. S. Lourenço e da colaboração no jornal Encontro até à saída de Portugal em 1965, para estudar Filosofia da Matemática em Oxford sob a orientação de Michael Dummett. A contextualização que se oferece das primeiras obras que assinou circunstância a singularidade da sua criação intelectual.

Dia 27 Out., às 18h00, visita guiada pelos organizadores João Dionísio e Nuno Jerónimo.»

[Informação colhida no site da Biblioteca Nacional de Portugal]
De M. S. Lourenço a Assírio & Alvim acaba de editar, e já está nas livrarias, a obra O Caminho dos Pisões (edição de João Dionísio). Preparada ainda em vida do autor, esta edição reúne a sua obra poético-literária.
Em breve daremos notícia do seu lançamento.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Comboios de Livros - livro e exposição

21 de Outubro de 2009 às 18h00 - Biblioteca Nacional de Portugal
«No ano em que se completam 40 anos de vida da Biblioteca Nacional no actual edifício do Campo Grande, Duarte Belo mostra imagens da casa e dos livros, dos seus movimentos, formas e cores...
A exposição apresenta uma selecção do extenso trabalho fotográfico de Duarte Belo sobre as instalações, as colecções e as actividades da Biblioteca Nacional de Portugal, realizado ao longo dos dois últimos anos.
Parte desse trabalho é igualmente apresentado num livro com o mesmo título, de edição conjunta da Assírio & Alvim e da BNP, que será lançado no dia da inauguração da Exposição.»
Mais informações aqui.

Caroço de Azeitona

«Ler as escrituras sagradas é obedecer a uma precedência do escutar. Começo as minhas manhãs com um punhado de versículos, para que o meu dia tenha um fio condutor. Posso depois dispersar-me durante o resto das horas correndo atrás do que tenho para fazer. No entanto mantive para mim um penhor de palavras duras, um caroço de azeitona para andar a girar na boca.»
Erri De Luca, Caroço de Azeitona (trad. de João Pedro Brito), Assírio & Alvim, Setembro de 2009, p. 34

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Flor Fatal



Acompanhe todas as novidades e obtenha todas as informações acerca do mais recente livro de Fernando Cabral Martins, aqui.

Simone Weil


Já está disponível a 2ª edição do esgotado Espera de Deus, de Simone Weil, obra que iniciou, em Novembro de 2005, a colecção Teofanias, dirigida por José Tolentino Mendonça.
Simone Weil nasceu em Paris, em 1909, e morreu num sanatório inglês, aos 34 anos de idade. Foi professora em liceus de província, operária fabril, filósofa, sindicalista e mística.

«Weil, na minha opinião, é quem melhor conhece a “luz da montanha” (como diria Nietzsche).»
George Steiner

«Basta ler algumas das suas páginas para nos apercebermos de que estamos perante algo de que muitos poderiam mesmo ter perdido a memória: um pensamento ao mesmo tempo transparente e duro como um diamante, um pensamento teimosamente concentrado num débil feixe de palavras.»
Roberto Calasso

«Espera de Deus é o melhor livro para iniciar um encontro com a escritora. A originalidade das suas percepções, a paixão e subtileza da sua imaginação teológica, a fecundidade dos seus talentos exegéticos estão aqui…»
Susan Sontag

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

«A Luz Fraterna - Poesia reunida», de António Osório

Guilherme de Oliveira Martins, Eugénio Lisboa, Fernando J.B. Martinho e José Manuel de Vasconcelos apresentam esta tarde, pelas 18h30, no Centro Nacional de Cultura (Galeria Fernando Pessoa), Largo do Picadeiro, 10, em Lisboa, a obra A Luz Fraterna — Poesia reunida, de António Osório.
A Luz Fraterna reúne toda a obra poética de António Osório, produzida de 1965 a 2009.
«A poesia de António Osório – e nela incluo, por assim dizer, todos os seus livros, mesmo os que, aparentemente, são de prosa — é sempre em verso livre (quando leio obras como a Libertação da Peste — livro notável — ou Crónica da Fortuna, o meu ouvido “diz-me” que estou a ler versículos, como quando leio A Raiz Afectuosa ou A Ignorância da Morte.)
Do já citado livro [A Experiência de Ler] de C. S. Lewis, recolho uma observação pertinente e que me parece ser digna de ser tomada em conta pelos leitores da obra de António Osório, que agora se publica “completa”. Diz Lewis ser “possível que aos jovens de hoje se tenha deparado demasiado cedo o verso livre. Quando este é veículo de verdadeira poesia, os seus efeitos auditivos são de extrema subtileza e, para uma verdadeira apreciação, exigem um ouvido longamente familiarizado com a poesia metrificada. Aqueles que acreditam poder apreciar verso livre sem experiência de métrica estão, creio eu, a enganar-se a si próprios, tentando correr antes de saberem andar. Mas na corrida literal as quedas magoam e o aspirante a corredor logo descobre o seu erro.” Um dos grandes prazeres que podemos deduzir da leitura dos livros do autor de Décima Aurora vem de podermos ir ajustando, com cuidado e alguma teimosia, o nosso ouvido à música subtilíssima que se esconde na só aparente “liberdade” que os versos sugerem.»
Eugénio Lisboa [excerto do Prefácio «O Solo, a Raiz e o Templo - A poesia de António Osório»]

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Prémio de Ficção do P.E.N. Clube para Myra

Myra, de Maria Velho da Costa, foi distinguido com o Prémio de Ficção do P.E.N. Clube. O júri, presidido por Maria João Reynaud e tendo como vogais Isabel Pires de Lima e Artur Anselmo, deliberou por unanimidade.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Poemário 2010

Num sonho, onde se projecta a sombra? Existe a sombra dos objectos, o lado oculto das pessoas, num sonho? Quem distingue a borboleta que sonha do sonho de uma borboleta?
Andaremos todo o dia a tropeçar em perguntas? Amanhã, a água do rio já não será a mesma - mas ainda se pode ler o poema de ontem; e o de há um mês: e os muitos poemas futuros. Já agora, procurá-los nos poetas, nos livros dos poetas. Os que aqui se encontram e todos os outros.
O Poemário não é nem pretende ser uma antologia. Cada poema vale por si isolado de todos os outros pela duração do dia. Desejamos que, um simples poema, possa contagiar a passagem das horas do nosso quotidiano.

sábado, 10 de outubro de 2009

Prémio «Máxima» de Literatura 2009


«É outra noite, clara de lua no quarto de Myra.
Deitados na sua cama branca, lacada de flores no espaldar e nos pés, enlaçados de patas e braços, Myra e Rambo falam, focinho na face.
Myra geme o que vai sussurrando, o cão escuta, os pequenos e vivos olhos bem abertos, fulgindo do luar e voz da bem-amada. Quieto e inquieto, escuta.»
Maria Velho da Costa


«Maria Velho da Costa é a vencedora do Prémio Máxima de Literatura 2009, com o romance Myra (Assírio & Alvim). [...] O júri do Prémio Máxima de Literatura 2009 foi constituído por Leonor Xavier, Maria Helena Mira Mateus, António Carvalho, valter hugo mãe e Laura Luzes Torres (presidente).»

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Lançamento na Trama

Hoje, pelas 21h30, na livraria Trama, assista ao lançamento do novo livro de José Tolentino Mendonça, O Viajante Sem Sono.


Livraria Trama (Rua São Filipe Nery, Nº 25B 1250-225 Lisboa)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Novo livro de Maria Gabriela Llansol — Lançamento

Por ocasião das «Primeiras Jornadas Llansolianas de Sintra», temos o prazer de anunciar, já para o próximo Sábado dia 3 de Outubro, o lançamento do livro Uma Data em Cada Mão — Livro de Horas I de Maria Gabriela Llansol, pelas 17h30 na sala Vergílio Ferreira da Biblioteca Municipal de Sintra. Este lançamento será um dos pontos altos destas «Primeiras Jornadas Llansolianas de Sintra», que decorrerão durante todo o próximo fim-de-semana com o mote «Maria Gabriela Llansol: o vivo, o novo, o actual».

O tema destas primeiras Jornadas, que se realizarão anualmente ao abrigo de um protocolo assinado com a Câmara Municipal de Sintra, pretende pôr em evidência aspectos de actualidade na Obra de Maria Gabriela Llansol, entendendo-se por esse conceito tudo o que, no contexto literário, cultural e civilizacional de hoje, possa ser visto nessa Obra como actuante, singular e vivo.

«Actuais» poderão, assim, ser neste Texto, quer os caminhos que ele partilha com o pensamento e a praxis deste nosso tempo, quer os valores que ele propõe e que hoje foram secundarizados ou soterrados.

Para obter informações sempre actualizadas sobre o programa, visite o blogue do Espaço Llansol.