Disponibilizamos online as primeiras páginas da obra O Inútil da Família, de Jorge Edwards (brevemente nas livrarias). Aceda através da barra lateral esquerda ou deste link
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Alexandre O'Neill... E o futebol
«NEUROPEU DE FUTEBOL
O que perde o futebol não é o jogo propriamente dito, mas todo o barulho que se faz à volta dele. É impossível a gente alhear-se do futebol, falado, comentado, transmitido, relatado, visto, ouvido, apostado, gritado, uivado, ladrado, festejado, bebido. O futebol passa deste modo a ser uma chateação permanente. É que não há tasca, pastelaria, salão de jogos, barbearia, recanto de jardim público, quiosque, bomba de gasolina, restaurante, Assembleia da República, supermercado, hipermercado, livraria, loja, montra, escritório, colégio, oficina, fábrica, habitação, diria até, onde, de algum modo, não se ouça falar do jogo que decorre, decorreu ou decorrerá. Quando há transmissão via TV ou Rádio, então a infernização é total. […]
É grave? Não é grave? Sei lá. Verifico, apenas, que é assim por toda a parte. E isso massacra, desgosta, faz perder a razoabilidade, a isenção, o bom senso, a simples tineta.»
Alexandre O’Neill, Já Cá Não Está Quem Falou, Lisboa, Assírio & Alvim, 2008, pp. 208-209.
sábado, 28 de junho de 2008
Jorge Edwards (excerto de entrevista)
Excerto da entrevista de Carlos Vaz Marques ao escritor chileno Jorge Edwards*, publicada no antigo suplemento do Diário de Notícias, «DNa», em 2002.
*Editamos em Julho uma obra sua, O Inútil da Família
Alguns críticos têm escrito que a sua obra, os romances que escreveu são romances sobre uma certa decadência da burguesia chilena. Já sei que não gosta que o leiam assim. Porque é que não se revê nesta leitura que fazem dos seus livros?
Porque não me parece muito exacta. Não sei se essa tal burguesia chilena entrou em decadência ou não. Julgo que mudou mas continua a ser muito poderosa, ainda hoje, inclusivamente. As minhas personagens são antes de mais personagens que ficam à margem, personagens que saem da ordem. Personagens que põem em causa a ordem burguesa, digamos assim.
Prefere que leiam os seus romances como a obra de um escritor das relações entre essa ordem burguesa – familiar e religiosa – e uma certa desordem?
Exactamente. Eu creio que a ordem e a desordem, a ordem e a ruptura da ordem, a ordem e a marginalidade, a saída do centro, é o tema do meu trabalho de escritor.
Porquê?
É a minha experiência vital. Porque eu saí de uma família burguesa, muito clássica e muito conservadora, e fui criado em Santiago do Chile, nos anos 30 e 40, numa velha casa cheia de gente, de personagens, de primos e de tios e de avós, onde toda a gente ia à missa e onde a ordem religiosa e social era muito respeitada. Depois, fui para o colégio dos Jesuítas de Santiago, o colégio de Santo Inácio. E a certa altura entrei em conflito com toda essa ordem e creio que o meu conflito inicial começou com as palavras. Porque a poesia e a literatura me interessaram desde muito pequeno e dei-me conta de que prestar toda aquela atenção à beleza da linguagem já era uma forma de desordem.
Foi então a linguagem que introduziu a desordem na sua vida quotidiana.
Foi, foi ela que introduziu essa desordem.
E a desordem fascina-o ou, pelo contrário, perturba-o?
Perturba e fascina, as duas coisas. A desordem perturba e cria muitos problemas – alguns ao longo de toda a vida, de forma que eu às vezes digo: os escritores, hoje em dia, dividem-se em dois tipos de pessoas. Por vezes são uns mendigos e até parece que os editores gostam que eles sejam, de facto, uns autênticos mendigos. Ou então são uns novos-ricos. E aos editores também parece que lhes convém que os escritores – quando têm muito êxito – se transformem em novos-ricos.
E o Jorge Edwards, não querendo ser – imagino – nem mendigo, nem novo rico, que tipo de escritor quer ser?
Eu acho que sou um novo-pobre (gargalhada). O meu problema é precisamente esse.
[...]
Nunca teve a tentação de participar dessa explosão literária do chamado realismo mágico que tornou mundialmente famosos, a partir dos anos 60, escritores como García Márquez ou Vargas Llosa?
Nessa altura do boom eu ganhava a vida como diplomata de carreira. Aquilo que conhecia melhor eram os aeroportos das cidades onde trabalhava. Por isso, escrevia nos meus tempos livres, nas minhas noites, nas minhas madrugadas...
Era um escritor em part-time?
Era um escritor em part-time e quase clandestino. Via todo aquele fenómeno do boom por fora, com uma certa distância e uma certa inveja.
Inveja?
Sim, também com alguma inveja. Até com inveja. Mas sentindo ao mesmo tempo que o realismo mágico não tinha nada a ver comigo. Não era a minha visão da literatura. Para mim, o realismo mágico não tinha muito sentido. Eu não via gente suspensa no ar ou que dormisse durante cem anos. Não via pirilampos de ouro nem papagaios. Eu via cães, gatos, mulas, crianças e velhos, eléctricos. E para mim a poesia era isso. Era mais depressa um eléctrico do que um papagaio. Um eléctrico onde as pessoas viajavam apertadas, conversando e rindo, para entrar depois num bar qualquer do centro de Santiago. Para mim, aí sim, havia poesia. E não havia papagaios porque eu nem sequer os conhecia. Eu era um escritor de uma cidade cinzenta como era a cidade de Santiago. Cinzenta e poeirenta. E pensava: aqui não há magia nenhuma. O que pode é haver uma certa poesia. Uma poesia do passado, da História, coisas assim.
Novidades Assírio & Alvim para este Verão
Brevemente disponíveis nas livrarias (a partir de dia 10 de Julho), dois novos livros:
O Inútil da Família
Jorge Edwards
tradução de Helder Moura Pereira
Edição brochada (416 pp.)
Classificação: Biografia com factos ficcionados
Preço: 25 €
Quando Jorge Edwards começou a escrever, em plena adolescência, num mundo que estava muito longe de o destinar à literatura, teve conhecimento de um parente próximo que ninguém referia na família, um fantasma, um marginal, um maldito da sua época: Joaquín Edwards Bello. Joaquín recebeu o Prémio Nacional de Literatura de Chile em 1943 mas a sua vida acidentada e aventureira, a sua paixão pelo jogo, o seu inconformismo e rebeldia social, naqueles anos escandalosa, já o tinham convertido numa lenda viva.
Jorge Edwards seguiu apaixonadamente a história deste seu tio avô. Joaquín, o tio Joaquín, conheceu os palacetes da América e da Europa mas cedo desceu ao fundo da noite: aos bares e tabernas de má sorte, aos prostíbulos e aos albergues clandestinos. Viveu uma vida acidentada entre Madrid, Paris, Valparaíso e Santiago. Porém, descobrindo semelhanças e contiguidades, tanto de origem como de biografia, o livro acaba por construir uma teia de múltiplas relações em que as duas vidas — e as duas obras — se fundem e entrelaçam.
O Inútil da Família é um extraordinário desfile de personagens, uma caixa de surpresas que nos transporta a mundos extremos e nos leva a assistir, por dentro, a um destino fora do comum, belo mas pleno de riscos e, sem dúvida, trágico.
Sobre o autor:
Jorge Edwards nasceu em 1931, no Chile. Estudou Direito e Filosofia, primeiro na Universidade de Santiago do Chile e depois em Princeton. Trabalhou como diplomata durante o governo de Salvador Allende, e como secretário de Pablo Neruda. Viveu no exílio em Espanha após o golpe de estado de Pinochet, regressando ao Chile no princípio dos anos 80. Actualmente Edwards dedica-se à escrita, ao ensaio e ao jornalismo, assinando uma coluna no El País. Tem vindo a receber diversos prémios pela sua obra literária, entre eles o Prémio Cervantes e o Prémio Nacional de Literatura de Chile. Já em 2008 foi galardoado com o prestigiante Prémio Planeta Casa América pela sua novela A Casa de Dostoiévskii, a publicar brevemente.
O Heresiarca e C.ª
Guillaume Apollinaire
tradução de Aníbal Fernandes
Edição brochada (224 pp.)
Classificação: Contos
Preço: 14 €
Guillaume Apollinaire: audacioso nos temas, na versificação, na sintaxe, «primeiro poeta moderno» — afirmou-se muitas vezes sem contestação.
Mas também escreveu prosa: frequentou as margens do erotismo pornográfico, do romance histórico com os brilhos do exotismo, livros de género inclassificável, como L'Enchanteur Pourrissant, La Femme Assise, Le Poète Assassiné. Quando publicou O Heresiarca & C.ª, o seu mais logrado livro de contos, incomodou as realidades do quotidiano com visões fantásticas e cruéis, leu os dogmas católicos de forma irónica e traiçoeira, tudo dissolveu em atmosferas turvas para um desfile de assassinos candidatos à canonização, falsos messias, devotos blasfemos, bêbados luxuriosos, santos heterodoxos…
Supôs-se, em 1910, que este livro destiná-lo-ia ao Prémio Goncourt, mas naufragou nas últimas
voltas da votação. De vida, iam restar-lhe oito anos: os que viveu como era de há muito seu hábito, em mansardas de Paris, fogoso nos amores, inovador em versos, até à guerra que lhe pôs na cabeça trepanada uma estrela, até à gripe fatal, a «espanhola», a «pneumónica», que o matou e enterrou no Père-Lachaise em Novembro de 1918.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
«Desenho, A Transparência dos Signos»
Pedro A. H. Paixão
Desenho, A Transparência dos Signos
Assírio & Alvim, 2008, 120 págs., 10 €
«Estes estudos sobre a teoria do desenho, embora rigorosos, não são apenas um mero ensaio técnico, mas uma incursão ilustrada sobre o "desenhável" (do desenho da infância à "ciência" de desenhar), num percurso de transparência e magia que conduz o leitor a Aristóteles e a Dante ("Vita Nuova"), assim como à arte renascentista, para afirmar o desenho como "a anunciação de uma terra ou matéria que eternamente, em nós, nos espera".»
in Expresso, 13 de Junho de 2008.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Emma Goldman
quarta-feira, 25 de junho de 2008
João Abel Manta — Caprichos e desastres
Disponível nas livrarias a partir de dia 10 de Julho, o novo livro da Assírio & Alvim:
João Abel Manta — Caprichos e Desastres
autores: João Abel Manta / João Paulo Cotrim
Edição encadernada (208 pp.)
Tema: Desenho; Caricatura
Preço: 35 €
Depois de Rafael Bordalo Pinheiro, Stuart Carvalhais e André Carrilho, dedicamos este volume à obra de João Abel Manta (Lisboa, 1928). O texto é, como nos volumes anteriores, de João Paulo Cotrim, que aponta «a força das imagens» como critério decisivo na selecção das reproduções que aqui figuram. Formado em arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, começou desde cedo a publicar desenhos em órgãos de imprensa. Desenhou para O Século Ilustrado, Gazeta Musical e de Todas as Artes, Seara Nova, Eva e sobretudo para o Diário de Lisboa, ficando conhecido maioritariamente pelas caricaturas que fez da sociedade portuguesa, e cujo traço grosso e simples é ainda hoje reconhecido.
Actualmente, João Abel Manta dedica-se à pintura.
«Em João Abel Manta cruzam-se, além das disciplinas da pintura e do design, que convoca amiúde para o seu labor de livre comentador, um agudo sentido de observação, o desejo de intervir muito para além do acto criativo, a persistência na abordagem de questões-chave como a condição humana, tocada pelo absurdo, e uma obsessão com as questões da nacionalidade, no que constitui uma relação bastante dúbia com os acontecimentos. Além de uma rara capacidade para traduzir interpretações em imagens poderosas, que o foram em datas concretas, contribuindo em muito para um imaginário colectivo da sociedade portuguesa do pós 25 de Abril.»
(excerto)
terça-feira, 24 de junho de 2008
«Nota de Encomenda» — 2.º momento
Relembramos que amanhã inauguraremos o 2.º momento da exposição «Nota de Encomenda», com trabalhos dos alunos do Ar.Co.
Visite-nos na Galeria da Livraria Assírio & Alvim (Rua Passos Manuel, 67 B — Lisboa), a partir das 18h30m.
– Nota de Encomenda –
18 de Junho a 5 de Julho
- 1.º Momento: 18, 19, 20 e 21 de Junho
André Maranha, António Bolota, João Oliveira, Raquel Vidal
Inauguração: dia 18, às 18h30m
- 2.º Momento: 25, 26, 27 e 28 de Junho Francisco Tropa, Lourenço Silveira, Maria Vidal, Rui Aleixo Inauguração: dia 25, às 18h30m
- 3.º Momento: 2, 3, 4 e 5 de Julho
Maria Archer, Pedro Morais, Sérgio Dias, Tomás Maia
Inauguração: dia 2, às 18h30m
Projecto desenvolvido no Departamento de Escultura do Ar.Co. a partir das notas de encomenda de Raymond Roussel para as ilustrações de Novas Impressões de África.
Horário: de segunda a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 19h
(encerrado aos domingos e feriados)
sábado, 21 de junho de 2008
Novidades
Ficarão disponíveis no fim da próxima semana dois novos títulos:
— Correspondências — Vieira da Silva por Mário Cesariny, com reproduções de obras e cartas de Mário Cesariny, Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szenes;
— Filho Pródigo, de José Agostinho Baptista.
Edição brochada (80 pp.)
Temas: Arte; Literatura; Poesia; Correspondência
Preço:18 €
Assinala-se este ano o centenário do nascimento da pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992). Com este livro, procuramos fornecer uma visão (até agora pouco conhecida) desta artista: a de Mário Cesariny. Assim, o presente volume vem dar conta da amizade que uniu o surrealista e o casal Arpad Szenes – Vieira da Silva. Por meio de fotografias, obra pictórica e correspondência trocada entre os três artistas, é testemunhado o grande afecto e admiração que trocaram. O casal e a sua produção artística estão fortemente presentes na obra de Cesariny: este pintou-os, estudou-os, escreveu-lhes poemas e até uma obra: Vieira da Silva – Arpad Szenes ou o Castelo Surrealista.
Correspondências assume-se como precioso testemunho desta amizade, mas também documento de estudo desta parte mais íntima da obra dos três artistas.
Edição brochada (112 pp.)
Classificação: Poesia
Preço: 13 €
«MENSAGEM
Levo-te pela mão, meu filho triste,
e assim havemos de abrir um sulco perfeito,
no coração desta terra.
No teu coração,
há uma ferida sem fim,
eu sei,
e sei que encontrarás nos desertos do mundo,
nas cidades do mundo,
os sinais da tua mágoa.
Agora, onde estou, é sempre tarde.
Vejo-te a entrar na grande noite dos teus mares,
e acendo,
com a minha saudade,
uma luz intensa sobre os recifes.
Não penses que neste alto alpendre não velo o
teu sono,
enquanto espero por ti.»
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Diário (1941-1943), de Etty Hillesum
Etty Hillesum, Diário 1941-1943, Assírio & Alvim
6 estrelas
«Passaram mais de quatro décadas até que os Diários de Etty Hillesum, holandesa, judia e intelectual morta em Auschwitz, em 1943, fossem publicados na Holanda, iniciando-se a sua tradução para várias línguas nos anos seguintes. A Assírio & Alvim publica-os agora em português, na colecção Teofanias, tornando acessível um texto que merece inúmeras releituras, não só pela saúde daquilo a que chamamos memória, como pelo abismo de questões e reflexões que cada página convoca.
A capacidade premonitória com que faz uma análise, sempre nítida, do momento histórico que vive tem tanto de assombroso como de angustiante. Etty prepara-se para o campo de concentração como quem sabe, sem espaço para dúvida, que esse passo será inevitável, e ainda assim não o faz de modo resignado ou desistente, ainda que todo o edifício teórico e espiritual que sustenta tal estado de alma seja, em muitos passos da leitura, de difícil assimilação: "'Quando uma pessoa leva uma vida interior, talvez nem haja assim tanta diferença entre estar fora ou dentro dos muros de um campo.' Será que irei conseguir justificar a mim mesma estas palavras mais tarde? Será que as conseguirei pôr em prática?" (p.175). E quando, perto do fim do Diário, esse momento se prefigura para breve, a leitura dos registos dos últimos dois anos torna-se mais clara, como se toda a aprendizagem de si que Etty fez ao longo desse tempo tivesse sido também uma espécie de lucidez crescente, um conjunto de passos cada vez mais seguros para a vivência que se seguiria, e que os leitores já não poderão acompanhar. Apesar disso, a lucidez com que Etty afirma a necessidade de uma memória futura do momento histórico que vive é constante, ainda que a sua opção tenha sido a de construir essa memória menos pela descrição dos factos ("«Não quero ser a cronista dos horrores. Há-de haver outros em número suficiente.", p.326) do que pela análise, levada às últimas consequências da indagação e do auto-enfrentamento, da humanidade e da sua condição.»
Sara Figueiredo Costa (texto publicado na revista Time Out)
«Se Não Puder Dançar, Esta Não é a Minha Revolução» — Apresentação
(Rua Passos Manuel, 67 B — Lisboa).
Apresentação de Irene Pimentel.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Acervo de Alberto de Lacerda na Fund. Mário Soares
«O Presidente da Fundação Mário Soares convida V. Exa. a estar presente na assinatura do Protocolo em que Luís Amorim de Sousa faz depósito na Fundação Mário Soares do acervo documental e artístico do
Poeta Alberto de Lacerda.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Etty Hillesum por Maria Gabriela Llansol
26
Dentro de um ovo havia um sonho
Que era a sua gema. Numa manhã de vento,
Correndo através dela uma doce brisa, o ovo
Foi depositado na janela de uma judia,
Cujo nome não se encontra nomeado
Nem no Primeiro, nem no Segundo Testamentos.
Estava-se em Amsterdão, em 1935. À memória
De Etty Hillesum.
(Maria Gabriela Llansol,
O Começo de um Livro é Precioso,
Assírio & Alvim 2003)
segunda-feira, 16 de junho de 2008
«Nota de Encomenda» (exposição)
Na Galeria da Livraria Assírio & Alvim (Rua Passos Manuel, 67 B — Lisboa)
Horário: de segunda a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 19h
(encerrado aos domingos e feriados)
- 1.º Momento: 18, 19, 20 e 21 de Junho
André Maranha, António Bolota, João Oliveira, Raquel Vidal
Inauguração: dia 18, às 18h30m
- 2.º Momento: 25, 26, 27 e 28 de Junho
Francisco Tropa, Lourenço Silveira, Maria Vidal, Rui Aleixo
- 3.º Momento: 2, 3, 4 e 5 de Julho
Maria Archer, Pedro Morais, Sérgio Dias, Tomás Maia
Projecto desenvolvido no Departamento de Escultura do Ar.Co. a partir das notas de encomenda de Raymond Roussel para as ilustrações de Novas Impressões de África.
Desenho de Henri-Achille Zo, feito a partir da nota de encomenda de Raymond Roussel: «Un homme assis à une table où pose verticalement un livre dont il écarte deux feuillets non coupés pour y lire un passage.»
domingo, 15 de junho de 2008
Feira do Livro — Livros do dia
Domingo, 15 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Rosa do Mundo — 2001 poemas para o futuro
P.V.P.: 35 €
Preço de Feira: 20 €
Rosa do Mundo — 2001 Poemas para o Futuro é o título daquele que será o mais interessante projecto editorial e poético realizado entre nós. Dizemo-lo sem falsas modéstias e com a convicção que deriva de um vasto trabalho colectivo de mais de uma centena de intervenientes que, ultrapassando um ano de trabalho, conseguiram reunir muita da mais bela poesia do mundo. Um livro que nos mostra que em todos os tempos e por toda a parte sempre palpitou a energia poderosa da mais pura emoção humana que hoje podemos experimentar nas duas mil e uma pétalas que formam esta Rosa.
Pavilhão 21
Poesia
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
P.V.P.: 33 €
Preço de Feira: 20 €
«Este volume corresponde ao propósito de Pessoa de organizar esse livro de Álvaro de Campos que ele próprio previu, para que indicou o primeiro poema, sem data mas aparentemente de 1914, e o último datado de 3/2/1935. Entre essas duas balizas situei a obra poética do Engenheiro, acompanhando a sua “evolução” que, como Pessoa diz, foi “devidamente estudada”.[...]»
Excerto de «Este Campos», por Teresa Rita Lopes (introdução a este livro).
«Ah, as horas indecisas em que a minha vida parece de um outro...
As horas do crepúsculo no terraço dos cafés cosmopolitas!
Na hora de olhos húmidos em que se acendem as luzes
E o cansaço sabe vagamente a uma febre passada.
sábado, 14 de junho de 2008
Versos de Ricardo Reis
A Poesia de Ricardo Reis (Fernando Pessoa) é um dos livros do dia de hoje. Por esse motivo, deixamos aqui os curtos versos de «Para ser grande, sê inteiro: nada», ditos por Germana Tânger.
(Retirado do livro Poemas ditos por Germana Tânger, da colecção «Sons» © Assírio & Alvim e Herdeiros de Fernando Pessoa (2004))
Feira do Livro — Livros do dia
Sábado, 14 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Magalhães, o Homem e o Seu Feito
Stefan Zweig
P.V.P.: 24 €
Preço de Feira: 14 €
«Está cumprido o último dever na pátria. Chega a hora da despedida. A mulher, com quem durante um ano e meio foi realmente feliz pela primeira vez, está na sua frente, trémula, tendo nos braços o filho que lhe deu, e os soluços sacodem o seu corpo novamente abençoado. Abraça-a ainda uma vez, pela última vez, depois aperta a mão de Barbosa, cujo único filho ele leva consigo naquela aventura! A seguir, rapidamente, para não se deixar comover pelas lágrimas da mulher abandonada, sobe para o barco que o leva até San Lucar, onde a frota já está à sua espera. Uma vez mais, após se ter confessado, Magalhães comunga com todos os tripulantes na pequena igreja de San Lucar. Ao romper do dia — é terça-feira, 20 de Setembro de 1519, uma data que ficará na História universal —, as âncoras são levantadas com um tinido, as velas batem ao vento, os canhões ribombam na direcção da terra que vai ficando para trás: a mais longa viagem de descoberta, a mais temerária aventura da História da humanidade começa nesse preciso momento.»
Pavilhão 21
Poesia
Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
P.V.P.: 16 €
Preço de Feira: 10 €
«Esta edição da Poesia de Ricardo Reis reúne as odes publicadas em vida de Fernando Pessoa nas revistas Athena (1924) e Presença (1927-1933), bem como todas as outras odes e poemas, atribuídos (ou atribuíveis) a Ricardo Reis, publicados postumamente. Dá ainda a conhecer uma ode inédita. Em Apêndice, incluem-se alguns fragmentos lapidares (prováveis futuros versos de um poema a desenvolver) e alguns poemas lacunares, cuja falta de uma ou duas palavras não inviabiliza, porém, o sentido integral. Incluem-se também, em Apêndice, vinte e quatro versões variantes de dezoito poemas.
(...) Deste confronto, resultam, em muitos casos, novas leituras ou propostas de leitura e, consequentemente, estamos em crer, uma melhor adequação à “verdade” do texto ricardiano.»
Manuela Parreira da Silva, in Phala.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Quadras de Fernando Pessoa
Feira do Livro — Sessão de autógrafos
Graça Sá-Fernandes, uma das autoras de Sabores Judaicos (escrito em conjunto com Naomi Calvão e fotografado por Valter Vinagre), estará hoje (13 de Junho) na Feira do Livro de Lisboa, para autografar o seu livro.
A partir das 18:00 horas, junto dos nossos stands (21, 33 e 34).
No local será possível provar algumas das receitas presentes no livro.
Fernando Pessoa [1888-1935]
«O poeta vale aquilo que vale o melhor dos seus poemas.»
Fernando Pessoa (in Aforismos e Afins, Assírio & Alvim, 2003)
[13-Junho-1888 / 29-Novembro-1935]
Feira do Livro — Livros do dia
Sexta-feira, 13 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Os Cantos
Ezra Pound
P.V.P.: 45 €
Preço de Feira: 27 €
«José Lino Grünewald (Rio de Janeiro, 1931-2000), poeta, ensaísta, crítico literário e de cinema, juntou-se ao grupo Noigandres de Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari em 1956. Este grupo, activo desde 1952, intervinha sobretudo através da publicação da revista-livro com o mesmo título, da qual sairão 5 números até 1962, e no seu seio nascerá o movimento renovador da poesia brasileira, o Concretismo. Herdeiros do Dadaísmo, de Apollinaire e Mallarmé, e recuperadores dos primeiros poetas modernistas brasileiros, os concretistas propunham: a abolição do verso; eliminação ou rarefacção dos laços da sintaxe lógico-discursiva; o poema como objecto em si mesmo, autónomo face a referentes externos; a conexão directa entre as palavras, principalmente por associações fonéticas e gráficas, mas também por associações de significado, e enfoque no carácter ideogramático do poema através da exposição deliberada da sua estrutura — aquilo que denominavam como a apresentação “verbivocovisual” do poema, isto é, a organização do texto segundo os critérios relacionais gráficos e fonéticos das palavras; a auto-referencialidade, ou seja, o tema do poema é a própria estrutura formal do poema e das palavras que o compõem.
[…]
A tradução [de Os Cantos, de Ezra Pound] proposta por José Lino Grünewald que agora se publica deve também ser entendida no contexto do concretismo brasileiro, nomeadamente no que diz respeito às teses sobre o acto de traduzir — ou “transcriar”, como o denominavam — defendidas por Haroldo de Campos no ensaio de 1962 Da Tradução como Criação e como Crítica.»
Mariana Pinto dos Santos
Pavilhão 21
Poesia, 1902-1917;
Poesia, 1918-1930;
Poesia, 1931-1935 e não datada
(três volumes)
Fernando Pessoa
P.V.P.: 104 €
Preço de Feira: 60 € /
20 € cada volume
«L’INCONNUE
Não: toda a palavra é a mais. Sossega!
Deixa, da tua voz, só o silêncio anterior!
Como um mar vago a uma praia deserta, chega
Ao meu coração a dor.
Que dor? Não sei. Quem sabe saber o que sente?
Nem um gesto. Sobreviva apenas ao que tem que morrer
O luar, e a hora, e o vago perfume indolente
E as palavras por dizer.»
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Feira do Livro — dia 13 de Junho
Feira do Livro — Livros do dia
Quinta-feira, 12 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Os Contos — 1.º volume
Franz Kafka
P.V.P.: 22 €
Preço de Feira: 13 €
Nos seus quarenta anos de vida, Franz Kafka publicou ao todo sete livros, número que, afinal, corresponde a muito menos de metade do que efectivamente escreveu e do que viria a ser publicado após a sua morte. São esses os livros que aqui se reúnem em volume, aos quais se acrescenta uma série de pequenas ficções saídas apenas em revistas e jornais sem terem sido na altura coligidas em livro.
As traduções dos textos (de Álvaro Gonçalves, José Maria Vieira Mendes e Manuel Resende) seguem a edição crítica alemã da S. Fischer Verlag, responsável por uma criteriosa reorganização da obra de Kafka.
Pavilhão 21
Cozinha Algarvia
Alfredo Saramago
P.V.P.: 35 €
Preço de Feira: 20 €
Cozinha Algarvia, de Alfredo Saramago, é o sexto livro da colecção «Coração, Cabeça, Estômago/ Especial». José Quitério, que apresentou o livro, afirmou: «Creio que com este livro ficamos todos, algarvios e demais portugueses, com um precioso documento que explica e regista parte da nossa singularidade como povo, e será mais uma arma que nos ajudará a defender das arremetidas, cada vez mais habituais, dos que tudo querem uniformizar e reduzir à globalização.»
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Feira do Livro — Livros do dia
Quarta-feira, 11 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Os Passos em Volta
Herberto Helder
P.V.P.: 15 €
Preço de Feira: 9 €
Aparentemente um livro de contos, histórias de enredos simples, mas romanticamente transcendentes, representam os passos de um homem em torno da sua existência, sem respostas paradigmáticas, num vazio que se procura transformar em matéria. Sobeja-lhe o corpo, divino, prodigioso e redentor, onde regressa sempre.
«Talvez pudesse ouvir passos junto à porta do quarto, passos leves que estacariam enquanto a minha vida, toda a vida, ficaria suspensa. Eu existiria então vagamente, alimentado pela ciolência de uma esperança, preso à obscura respiração dessa pessoa parada. Os comboios passariam sempre. E eu estaria a pensar nas palavras do amor, naquilo que se pode dizer quando a extrema solidão nos dá um talento inconcebível. O meu talento seria o máximo talento de um homem e devia reter, apenas pela sua força silenciosa, essa pessoa defronte da porta, a poucos metros, à distância de um simples movimento caloroso. Mas nesse instante ser-me-ia revelada a essencial crueldade do espírito. Penso que desejaria somente a presença incógnita e solitária dessa pessoa atrás da porta. Ela não deveria bater, solicitar, inquirir», conta-nos Herberto Helder na magnífica prosa a que nos habituou.
Pavilhão 21
Cozinha Alentejana
Alfredo Saramago e Manuel Fialho
P.V.P.: 35 €
Preço de Feira: 20 €
Cerca de meio milhar de receitas preenchem este grande livro que constitui um testemunho singular do riquíssimo património gastronómico do Alentejo. Só uma grande dedicação e um apurado trabalho de pesquisa terão permitido fixar uma das vertentes mais ricas da nossa cultura. Alfredo Saramago, Manuel Fialho e as preciosas fotografias de Inês Gonçalves são os responsáveis desta bela edição.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Feira do Livro — Livros do dia
Terça-feira, 10 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Erzsébet Báthory, A Condessa Sanguinária
Valentine Penrose
P.V.P.: 18 €
Preço de Feira: 11 €
Esta é a história de uma Condessa que se banhava no sangue de jovens raparigas. Uma história verdadeira, ainda inédita no nosso país. Os documentos que a provam foram muito difíceis de obter, pois tudo aconteceu há mais de trezentos anos numa Hungria em estado ainda primitivo. Os elementos mais relevantes do processo foram passando ao longo do tempo por vários Arquivos. Mas o que terá acontecido em 1956 aos Arquivos da Hungria que se encontravam no castelo de Budapeste? Nos tempos actuais não é possível ver o retrato, escurecido pela passagem dos séculos, que eternizou o olhar severo da muito bela Erzsébet Báthory. O castelo de Csejthe está em ruínas desde há duzentos anos, lá no alto dos esporões espetados dos Pequenos Cárpatos, perto da Eslováquia. Quanto a vampiros e fantasmas, esses, nunca deixaram de habitá-lo, bem como certo pote de barro, a um canto numa das caves, usado para verter o sangue sobre os ombros da Condessa.
O fantasma do Monstro de Csejthe, a Condessa Sanguinária, uiva ainda lancinantemente durante a noite nessa salas cujas janelas e portas foram muradas e assim ficaram para todo o sempre.
Que ela terá sido um Gilles de Rais no feminino, tudo o indica; até o próprio processo, do qual, por respeito ao seu nome, ilustre desde os primórdios da Hungria, e aos serviços prestados pela sua família aos Habsburgos, muita coisa foi suprimida. De resto, nem sequer se julgou conveniente interrogar a própria acusada.
Pavilhão 21
La Légende de St. Julien L'hospitalier
Amadeo de Souza-Cardoso e Gustave Flaubert
P.V.P.: 70 €
Preço de Feira: 40 €
Em Abril de 1877, Gustave Flaubert publicou um pequeno volume intitulado Trois Contes, em rigor, a sua última obra acabada. O segundo conto chama-se «La Légende de Saint Julien L’hospitalier». Os outros são «Un coeur simple» e «Hérodias». A ordem dos contos não é cronológica no que se refere à sua redacção. «La Légende» foi o primeiro, e o único, a ser escrito numa celeridade inabitual, entre o final de 1875 e o início de 1876. É provável que isso se deva à familiaridade longuíssima e intensa que ele teve com a história do santo. Primeiro, sob a forma dos vitrais do século XIII da catedral de Rouen que ele conhece desde a infância, e depois pela leitura de todas as versões hagiográficas disponíveis, em particular, La Légende dorée de Jacques de Voragine, bem como de estudos históricos relativos à Idade Média, à caça, aos animais e às armas, à guerra, às lendas e aos elementos maravilhosos e mágicos.
Amadeo de Souza-Cardoso copiou a pincel e ilustrou La Légende de Saint Julien L’hospitalier, na versão original, durante a sua estadia na Bretanha no Verão de 1912 (muito provavelmente concluído em Paris), ano de uma fertilidade imensa para o pintor. Trata-se de um «exemplar único-original», o que Amadeo faz questão de sublinhar na última página do pequeno álbum 12 Reproductions, publicado por ocasião das suas exposições de 1916 no Porto e em Lisboa, onde essa referência à obra figura ao lado do anúncio dos últimos exemplares disponíveis dos XX Dessins.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Feira do Livro — Sessão de autógrafos
Hoje, segunda-feira 9 de Junho, Mário Avelar estará na Feira do Livro para autografar o seu livro, Pentâmetros Jâmbicos.
Das 18 às 19 horas, junto dos nossos stands (21, 33 e 34).
Catálogo B.I. online
Disponível online, o catálogo da B.I. (Biblioteca dos editores Independentes).
Na barra lateral direita (depois do catálogo Assírio & Alvim 2008) ou aqui.
Feira do Livro — Livros do dia
Segunda-feira, 9 de Junho de 2008
Pavilhão 34 Mírgorod
Nikolai Gógol
P.V.P.: 20 €
Preço de Feira: 12 €
Mírgorod, editado pela primeira vez em 1835, é constituído pelas «histórias que são a continuação de Noites na Granja ao pé de Dikanka», como diz o autor numa epígrafe. Inclui três contos famosos: «Um casal à antiga», «Víi» e «História de como se zangaram
Ivan Ivánovitch e Ivan Nikiforovitch», e a não menos famosa novela «Tarás Bulba».
Este livro de Gógol revela com grande simplicidade a arte do grande escritor russo em formular os mais contraditórios e, ao mesmo tempo, inseparáveis aspectos da vida: o triste e o cómico, o medíocre e o grandioso, o estúpido e o comovedor, o real e o fantástico.
Pavilhão 21
Prosa Publicada em Vida
Fernando Pessoa
P.V.P.: 22.50 €
Preço de Feira: 14 €
«O presente volume oferece duas grandes vantagens. Por um lado, traça um retrato do Pessoa “público”, em diálogo e eventual controvérsia com outros críticos, poetas e pensadores políticos. Por outro lado, é constituído por textos acabados – sem lacunas ou leituras duvidosas – e “sancionados” pelo autor, já que resolveu publicá-los.»
Richard Zenith, no prefácio a este livro.
domingo, 8 de junho de 2008
Feira do Livro — Livros do dia
Domingo, 8 de Junho de 2008
Pavilhão 31
O Processo
Franz Kafka
P.V.P.: 20 €
Preço de Feira: 12 €
Um belo dia, Joseph K., um bem sucedido gerente bancário, é subitamente preso no seu próprio quarto, sem saber porquê nem por quem. Vê-se então envolvido num labiríntico e absurdo processo que decorre secretamente algures nas secretarias instaladas nos sótãos e é conduzido por juízes menores, que têm a mera incumbência de o inquirir.
Concebido em 1914 (na sequência do doloroso rompimento do noivado com Felice Bauer), de uma forma fragmentária, com capítulos completos e outros por completar, passíveis de serem facilmente deslocados dentro de uma estrutura circular, o romance O Processo — que é em si também um fragmento — constitui para Kafka a forma ideal para expressar a fragmentação do mundo e da realidade em que vive o homem moderno. Nesta perspectiva, O Processo representa um marco na história do romance moderno.
A versão que se apresenta aqui é a tradução directa do texto alemão baseado nos manuscritos de Kafka, que anula todas as alterações introduzidas pelo amigo e testamenteiro Max Brod, na sua primeira edição de 1925.
Pavilhão 24
Livro do Desassossego
Bernardo Soares (Fernando Pessoa)
P.V.P.: 36 €
Preço de Feira: 22 €
«O Livro do Desassossego é para nós, hoje, um manual de sobrevivência. (...) É um livro de sonhos e, completamente, uma apologia do sonhador. Em toda a sua grande diversidade e fragmentação existe, ainda assim, um refrão constante: mais vale viver na imaginação do que no mundo real. O génio do Livro reside, em parte, no que tem de fragmentário, de hesitante e de (recorrendo agora ao léxico de Pessoa) "intervalar". É um livro que não o é, e, como tal, reflecte perfeitamente a alma de quem o escreveu. Pessoa, um pós-modernista "avant la lettre", deixou-nos o livro, ou anti-livro, mais emblemático do final deste século». As palavras são de Richard Zenith, investigador pessoano responsável pela organização da mais completa edição do Livro do Desassossego, na qual se apresentam algumas alterações textuais e o preenchimento de várias lacunas, que não tinham sido lidas até à data.
sábado, 7 de junho de 2008
Feira do Livro — Sessões de autógrafos
Hoje (sábado, 7 de Junho), pelas 17 horas, estarão na Feira do Livro, a autografar os seus livros, os autores:
Armando Silva Carvalho,
José Alberto Oliveira,
José Tolentino Mendonça e
Manuel Afonso Costa
E pelas 18.30 horas,
António Torrado
Na zona dos nossos stands (21, 33 e 34).
«Coro das Velhas»
Com o destaque das 55 Canções de Sérgio Godinho, aqui fica «Coro das Velhas», ao vivo no CCB.
Feira do Livro — Livros do dia
Sábado, 7 de Junho de 2008
Pavilhão 34
55 Canções de Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
P.V.P.: 18 €
Preço de Feira: 11 €
«Foi há tantos anos que ainda me lembro: adolescente, eram livros como este que me levaram a experimentar as primeiras (e rudimentares) formas de escrita; e, desde aí, nunca me têm largado. Ou seja, tenho-os à mão e eles têm-me à perna.
O acesso prático aos mecanismos que outros usaram para criar (ou criaram para usar) nunca deixou de me trazer luzes e dicas importantes, neste ofício intermitente da feitura de canções.
Imitamos, transformamos, inventamos, emperramos e solucionamos, mas nunca a partir do nada — há sempre, num ponto de partida, de percurso ou de chegada, o que nos foi sugerido por outros saberes. Com livro ou sem livro.
Mas é destes manuais que falamos: sabemos como em Portugal, são ainda, infelizmente, aves raras. Começam agora algumas a pousar, e serão cada vez mais bem-vindas.
Que prenda para todos que praticam estas coisas, ter um dia acesso a toda a música portuguesa (enfim, não exageremos) neste formato, ou formatos afins. Estatisticamente, o meu contributo passaria a ser muito menor, e eu com isso no maior contentamento.»
Sérgio Godinho
Pavilhão 21
Cozinha de Lisboa e seu Termo
Alfredo Saramago
P.V.P.: 60 €
Preço de Feira: 30 €
Inserida na colecção «Coração, Cabeça e Estômago / Especial», o livro Cozinha de Lisboa e seu Termo enquadra-se no conjunto de volumes dedicados à gastronomia das várias regiões de Portugal que tem deliciado os apreciadores da boa culinária.
Esta completíssima obra sobre a gastronomia da região de Lisboa apresenta em primeiro lugar uma extensa introdução de Alfredo Saramago, intitulada «Enquadramento e perspectivas históricas da alimentação em Lisboa e seu termo», na qual o autor se dedica ao estudo da história da alimentação e da gastronomia na região, desde a pré-história até aos dias de hoje, terminando com uma série de notas finais sobre o futuro da gastronomia dita tradicional. Segue-se depois um imenso e variado conjunto de receitas tradicionais da região de Lisboa, desde sopas a ovos, passando por carnes de caça, peixes de rio ou doces e bolos de fruta. Para aguçar mais o apetite dos leitores, muitas receitas vêm acompanhadas pelas lindíssimas fotografias de Inês Gonçalves, habitual colaboradora desta colecção.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Feira do Livro — Pins
Este ano, uma das grandes novidades nos nossos stands da Feira do Livro são os pins.
Com fotografias dos autores da Assírio & Alvim, divertidos ou sérios, a preto e branco, sépia ou com fundos de cores berrantes, mas também com pedaços de livros e de capas, os nossos pins estão a fazer sucesso.
Preço por unidade: 1 €
Imagem: pin de Mário Cesariny
«Momento de Poesia»
Poemas de Almada Negreiros está hoje em destaque. Aqui deixamos um desses poemas, «Momento de Poesia», pela voz de Germana Tânger.
(Retirado do livro Poemas ditos por Germana Tânger, © Assírio & Alvim, herdeiros de Almada Negreiros (2004))
Feira do Livro — Livros do dia
Sexta-feira, 6 de Junho de 2008
Pavilhão 34
A Minha Andorinha
Miguel Esteves Cardoso
P.V.P.: 19 €
Preço de Feira: 11 €
«Não há nada pior que um ajuntamento espontâneo de populares. Juntam-se muito neste país. É para ver quem morreu ou para espancar um desgraçado que matou os filhos e as galinhas. É para jogar à vermelhinha ou para comprar Lacostes da treta que, em vez de um crocodilo, têm um sardão das Berlengas. À mínima desculpa os populares, que estão maçados e anseiam distracção, juntam-se. Deveria ser proibido, fora de feiras e romarias. Bem vistas as coisas, também deveriam ser proibidas as feiras e as romarias, porque já está demonstrado que encorajam o contacto entre as pessoas. […]
Mas não divaguemos porque há muito para desbastar. Por exemplo, aqueles pedintes que, em vez de apresentar oralmente o seu apelo, no estilo tradicional, produzem um extenso texto miserabilista, escrito em português ilegível, a dizer que já estiveram melhor e que praticamente estão como hão-de ir. Aquelas senhoras que sabem os nomes de todos os bolos e fazem gala disso. Em vez de apontar com o dedo, para a montra, como os mortais comuns que têm mais que fazer, começam a recitar as suas cabalas maçónicas: “Um jesuíta, uma margarida, um charleston, um torno-mecânico-de-seis-bicos, um berimbau, um gonzaguinha e dois pastéis de nata.”»
Miguel Esteves Cardoso
Pavilhão 21
Poemas
Almada Negreiros
P.V.P.: 21 €
Preço de Feira: 13 €
Iniciou-se a obra completa de José de Almada Negreiros com a publicação de Poemas, numa edição exemplarmente organizada por Luís Manuel Gaspar, Mariana Pinto dos Santos e Fernando Cabral Martins. Incluem-se, neste volume, treze poemas inéditos como «Chez Moi», que nunca havia sido publicado em Portugal, e uma secção com poemas variantes que, por vezes, assumem a forma de fragmentos, como «O Menino d’Olhos de Gigante».
Poesia, pintura e desenho entrecruzam-se, naquilo que Fernando Cabral Martins descreveu como sendo uma «singularidade única na moderna história cultural portuguesa, das suas práticas artísticas, que têm a poesia e a pintura como faces mais visíveis e o teatro como referente último».
quinta-feira, 5 de junho de 2008
«Vencer os Medos»
no Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL) a partir de amanhã (sexta-feira, 6 de Junho), por ocasião de «Os Dias do Desenvolvimento»,
evento que se estreia este ano e é organizado pelo IPAD.
Veja aqui a animação feita a partir dos desenhos do livro.
Animação realizada por Miguel Rocha e Tiago Albuquerque, com música de João Bastos.
Vencer os Medos é uma história em banda desenhada, contada a muitas vozes: escrita por João Paulo Cotrim, é ilustrada por João Fazenda, Susa Monteiro, Maria João Worm, Pedro Burgos, Tiago Albuquerque, Miguel Rocha, Rui Lacas e Alex Gozblau. Maria é a protagonista. Ela, uma bicicleta e a música. Esta personagem atravessa as ruas e o mundo, para descobrir os grandes problemas com que nos deparamos actualmente: desigualdades, epidemias, doenças contagiosas, fome, guerra... Mas Maria também descobre que é possível ultrapassar as crises; antes de mais, é preciso fazer uma lista dos medos e vencê-los.
Vencer os Medos procura dar-nos conta dos oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que a Organização das Nações Unidas traçou, e que espera ver cumpridos até 2015:
- Erradicar a pobreza extrema e a fome;
- Alcançar o ensino primário universal;
- Promover a igualdade entre os géneros;
- Reduzir a mortalidade infantil;
- Melhorar a saúde materna;
- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças;
- Garantir a sustentabilidade ambiental;
- Fortalecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
«Correspondências»
Maria Helena Vieira da Silva,
é hoje inaugurada a exposição «Correspondências»
(Praça das Amoreiras, 56/58 — Lisboa)Em exposição, estará a correspondência trocada entre o casal de artistas
Vieira da Silva / Arpad Szenes e Mário Cesariny
(até 4 de Outubro)
Feira do Livro — Livros do dia
Quinta-feira, 5 de Junho de 2008
Pavilhão 34
René Leys
Victor Segalen
P.V.P.: 12 €
Preço de Feira: 7 €
René Leys é um livro póstumo de Victor Segalen e o mais alto dos seus momentos literários. Um francês na cidade de Pequim, em 1911, interessa-se pelos mistérios da Família Imperial. Procurando alguém que pudesse ter acesso ao palácio, encontra a solução para os seus sonhos no seu tutor, René Leys, um jovem belga que aprendeu a falar fluentemente chinês e tem um lugar supreendentemente privilegiado na corte.
Neste romance fascinante, o leitor deparar-se-á com descrições notáveis da vida em Pequim, com os misteriosos círculos de poder em redor do Imperador e, não menos importante, com a resolução de um assassinato intrigante.
Pavilhão 21
Cartas
Fernando Pessoa
P.V.P.: 22.50 €
Preço de Feira: 14 €
«Lisboa 4-5-1916
Meu querido Cortes-Rodrigues:
Não lhe tenho escrito. Tenho atravessado uma enorme crise intelectual. E agora estou muito pior, com a enorme tragédia que nos aconteceu a todos.
O Sá-Carneiro suicidou-se em Paris no dia 26 de Abril.
Não tenho cabeça para lhe escrever, mas não quero deixar de lhe comunicar isto.
Claro está que a causa do suicídio foi o temperamento dele, que fatalmente o levaria àquilo. Houve, é claro, uma série de perturbações que foram as causas ocasionais da tragédia.
Ele suicidou-se com estricnina. Uma morte horrorosa. Já tencionara suicidar-se três vezes – em 3 de Abril a primeira.
Uma grande desgraça!
Naturalmente Orpheu publicará uma plaquette, colaborada só pelos seus colaboradores, à memória do Sá-Carneiro. Logo que você puder, portanto - quanto antes melhor - você mande-me qualquer coisa breve (o mais esmerado possível) á memória dele. Não se esqueça. O bom era se o mandasse pelo próximo vapor.
[...]»
quarta-feira, 4 de junho de 2008
«Portugal», de Jorge Sousa Braga
Vídeo-poema apresentado no dia 15 de Maio de 2008 nas Quintas da Leitura, no Teatro do Campo Alegre.
imagem de Pedro Guimarães
sonorização de Paulo Sousa
locução de António Durães
com o poema «Portugal», de Jorge Sousa Braga.
Feira do Livro — Livros do dia
Quarta-feira, 4 de Junho de 2008
Pavilhão 34
O Poeta Nu [poesia reunida]
Jorge Sousa Braga
P.V.P.: 19 €
Preço de Feira: 11 €
«Adão e Eva
Adão era polícia numa esquadra vizinha. Nos intervalos dos giros, subia duas a duas as escadas do atelier de Lempicka, despia a farda e o seu corpo nu e musculado pisava o soalho, como se pisasse o chão do paraíso.
Tal como o outro Adão, desconhecia o chão que pisava e seria incapaz de reconhecer esse corpo nu que arrancava na tela um frémito de prazer a uma Eva desprevenida.»
Pavilhão 21
Prosa Íntima e de Autoconhecimento
Fernando Pessoa
P.V.P.: 22.50 €
Preço de Feira: 14 €
«Interessar-nos pela vida íntima de Pessoa, longe de ser um acto de voyeurismo, com o intuito de descobrir o artista escondido por detrás da sua arte, é aprofundar o nosso conhecimento dessa arte na sua globalidade. Ler o homem é ler a obra, ou parte dela. Os textos recolhidos neste volume não servem para entender ou apreciar melhor “A Tabacaria” (não sendo sequer útil, para esse efeito, saber que é da autoria de Álvaro de Campos); valem por si, como outras peças – algumas “menores”, mas mesmo assim interessantíssimas – da obra literária chamada Pessoa.»
Richard Zenith, no prefácio a este livro.
terça-feira, 3 de junho de 2008
M.H.M. [1952-2001]
«Gosto de pensar que edito livros como quem trata de uma vinha.»
Manuel Hermínio Monteiro
[10-Setembro-1952 / 3-Junho-2001]
Feira do Livro — Livros do dia
Terça-feira, 3 de Junho de 2008
Pavilhão 34
Rosa do Mundo — 2001 poemas para o futuro
P.V.P.: 35 €
Preço de Feira: 20 €
Rosa do Mundo — 2001 Poemas para o Futuro é o título daquele que será o mais interessante projecto editorial e poético realizado entre nós. Dizemo-lo sem falsas modéstias e com a convicção que deriva de um vasto trabalho colectivo de mais de uma centena de intervenientes que, ultrapassando um ano de trabalho, conseguiram reunir muita da mais bela poesia do mundo. Um livro que nos mostra que em todos os tempos e por toda a parte sempre palpitou a energia poderosa da mais pura emoção humana que hoje podemos experimentar nas duas mil e uma pétalas que formam esta Rosa.
Pavilhão 21
Cozinha de Lisboa e seu Termo
Alfredo Saramago
P.V.P.: 60 €
Preço de Feira: 30 €
Inserida na colecção «Coração, Cabeça e Estômago / Especial», o livro Cozinha de Lisboa e seu Termo enquadra-se no conjunto de volumes dedicados à gastronomia das várias regiões de Portugal que tem deliciado os apreciadores da boa culinária.
Esta completíssima obra sobre a gastronomia da região de Lisboa apresenta em primeiro lugar uma extensa introdução de Alfredo Saramago, intitulada «Enquadramento e perspectivas históricas da alimentação em Lisboa e seu termo», na qual o autor se dedica ao estudo da história da alimentação e da gastronomia na região, desde a pré-história até aos dias de hoje, terminando com uma série de notas finais sobre o futuro da gastronomia dita tradicional. Segue-se depois um imenso e variado conjunto de receitas tradicionais da região de Lisboa, desde sopas a ovos, passando por carnes de caça, peixes de rio ou doces e bolos de fruta. Para aguçar mais o apetite dos leitores, muitas receitas vêm acompanhadas pelas lindíssimas fotografias de Inês Gonçalves, habitual colaboradora desta colecção.